Tudo aquilo que camuflo pra não dizer que te quero

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Eu ainda me perco no teu olhar toda vez que encaro tua foto. Fico parecendo aquelas carinhas de celular escondendo o rosto. E confesso que abro algumas redes sociais só pra mergulhar mais uma vez nos teus olhos – com o cuidado de não dar bandeira claro. Já imaginou se te ligo por engano? Esse querer escondido, fruto de uma vontade que eu nem sei de onde veio, parece estar em tudo que eu vejo e que me faz lembrar você. Longe de ser uma obsessão, mas um vício gostoso que eu gosto de ter.
E não consigo escancarar.
O medo de dizer como eu me sinto parece esbarrar na certeza de que o “não” (que eu já tenho) se materializará. E eu sou péssimo para lidar com rejeição. Sou péssimo em me abrir e ter que ver o outro dizer que não preciso revelar esse tanto de coisa. Sou pior ainda pra aprender a desfazer as minhas certezas. E eu me agarro à dúvida antes de saber que você realmente não me quer.
As coisas que te falo e depois emendo com um “tô brincando” apenas refletem o espírito de quem não sabe como chegar e dizer “olha, eu queria uma chance de te fazer feliz”. Uma, que seja. E que, entretanto, ensaia todos os dias isto diante do espelho. Na minha platitude, podendo ser objeto direto da fala de Platão e seu olhar de desejo ao que não se tem, miro de longe quem eu queria ter tão perto. Continuo torcendo para que o teu sorriso mantenha-se aberto – como eu sempre gostei de ver.
E como eu adoro saber que está.
Se um dia, por fim, eu criar coragem de dizer, espero ser capaz de te fazer compreender que sempre existiu o medo que converte todo lindo sentimento em segredo. Só que não adianta. Um dia, eu sei, diante de tudo que transborda em mim e que sinto ao estar junto a ti, vou acabar deixando escapar em sussurro tudo aquilo que camuflo nos meus “bom dia”, “você tá bem?” e “se cuida”. Tudo que eu nem preciso dizer, visto que os olhos já brilham quando eu estou com você.
P.s: Texto escrito por Gustavo Lacombe

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