Para todos aqueles que amam demais

A
gente tem mania de superestimar o amor e tratar como uma coisa que se pede se
dá, se quebra, como se mudasse tudo ou tivesse prazo de validade, limite de
estoque. Não vejo dessa forma. É só um sentimento que a gente cria como
qualquer outro. A diferença, pra mim, é que me faz muito bem senti-lo, eu faço
questão. Ponho amor em tudo que faço, prefiro pecar por excesso do que por
omissão. Já me dediquei a algumas pessoas que nunca souberam me amar como eu
achava merecer, e outras, me amaram demais por muito menos. Aprendi a dar o meu
melhor pra ter a consciência tranquila; se não fosse o suficiente pra fazer
alguém ficar, que fosse o bastante pra valorizar quem me escolheu. Só
sinto saudade das pessoas que perdi porque a vida as tirou de mim. Por aquelas
que decidiram sair por vontade própria, sinto alívio.
Já ouvi coisas bem legais, já ouvi exatamente o
que queria e por um momento pensei “Que sorte a minha!”, meu conto de fadas se
realizava bem ali, na minha frente. Mas em contrapartida, eu ouvia
instabilidade e incerteza, eu ouvia dúvidas. Eu ouvia alguém igualmente
inseguro tentando demonstrar força. A questão é justamente essa: a gente não
pode exigir respostas, pedir por propriedade, cobrar consideração. Algumas
pessoas vão nos dar mais do que precisamos e, algumas outras, sequer vão
conseguir enxergar o nosso valor. Tem mais a ver com o quanto ela está disposta
a fazer por nós, o quanto se interessa, do que com o que nós fazemos em troca.
Amor sem reciprocidade não vale a pena, mas reciprocidade por obrigação, também
não.
Eu sei como é se sentir assim, sério. Diversas
vezes, incitei discussões porque eu estava insegura (às vezes, sem nenhuma
forte razão por trás) e precisa ouvir algo, alguma coisa que me desse
esperança, só pra ficar em paz comigo mesma. Só para estender a insistência e
justificar sua ausência com uma pontada de orgulho. Quando a história
desenrolava para lado que eu queria era ótimo, mas quando não, eu só percebia
depois o quanto havia sido desnecessária e que aquela discussão desgastava a
relação e também a vontade que a pessoa tinha em estar sempre se retratando ou
provando algo a mim. No fim das contas, em todas as situações, eu sempre
escolhia acreditar.
Então, pode ser que você nunca ouça aquele
roteiro de filme que te faça sentir que é, enfim, o grande amor da sua vida,
mas veja sinais ou perceba de uma forma mais discreta o que alguém sente por
ti. Ou simplesmente saiba que sinta algo por ti, ainda que não demonstre como
você gostaria, e isso basta. Já experimentei tantos tipos que aprendi
distinguir sem muito esforço quando é carinho, cuidado ou apenas vontade. É
quando eu me sinto imensamente grata por alguém existir, quando desejo seu bem
independentemente de estar perto ou longe de mim, é quando quero de todo
coração que mal nenhum lhe atinja porque eu posso aguentar qualquer coisa, mas
deus que me livre de vê-lo sofrer. Se isso não é amor, eu não sei mais o que
pode ser.
P.s: Texto tirado do blog que amooo http://benditacuca.com.br
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