Depois do fim

Tanto que quis te esquecer que esqueci do que
acontece depois do fim. Percebi que havia passado tudo que eu senti por ti.
Aquela confusão de saudade, ciúme e medo, deu lugar a um completo silêncio.
Tentei encontrar alguma partezinha de mim que estivesse com raiva, aflita ou
simplesmente desesperada por te perder e, pela primeira vez desde que te
conheci, não havia nada. Quis chorar. Há uma sincera tristeza em seguir em
frente que não nos contam. É triste descobrir que seu paradeiro não me interessa
mais, que sua presença não influencia no meu humor. É triste saber que quando
eu lhe vejo sei que estamos exatamente como deveríamos estar: cada um para o
seu lado.
Então, eu tento acreditar que você ainda vai
contar comigo se precisar (embora saibamos que você não vai precisar), que não
era pra ser (como uma determinação divina e não o fracasso das tentativas), que
não precisamos nos tratar como estranhos (até porque é impossível ignorar o
quanto sabemos um do outro).
Mas o que eu devo fazer com a vida que
dividíamos? Fingir que não existiu? A gente não fala muito sobre isso, não é?
Falamos sobre superação, deixar as mágoas para trás, excluir das redes sociais.
Falamos até sobre não falar mais disso numa patética tentativa de nos ouvir
dizer em voz alta o que o coração anda gritando por dentro. Mas não falamos
sobre o que fazer com o livro que você me deu; na minha estante me faz lembrar
você, na minha gaveta me faz temer você, e se eu te devolvesse? Quer dizer que
nunca foi meu ou que eu nunca fui sua? E quanto a série que víamos juntos? Você
estará ali, ao meu lado, quer eu queira ou não. Como contar uma história sem
citar seu nome ou como mudar seu nome em uma história sem parecer que ainda
gosto de você? Aliás, me perguntaram isso um dia desses. Eu disse que não,
porque é verdade. Não gosto mais. Não como antes, não como nunca. O sentimento
é outro, a situação é outra; eu também não sou mais a mesma.
Esse gostar está impregnado no livro, está na
música de abertura daquela série. Esse gostar faz poesia para os altos e baixos
que vivemos. Vê o lado bom de tudo, ainda quando não se tem mais nada. Esse
gostar não me pertence mais. Quis chorar, mas não consegui. O amor que eu
conheci contigo está cansado, maltratado, mas não perdeu as esperanças de
renascer. Em outro peito. Em outra vida. Dessa vez, minha, e não mais nossa.
P.s: Texto lindooo que amei e me identifiquei
muito tirado do blog que gosto muito e recomendo Bendita Cuca
Comentários
Postar um comentário