Se ele gostasse, você saberia

Me parece que poucos sabem, mas gostar de fato
de alguém e achar a pessoa legal ou uma boa companhia, são coisas muito
diferentes. Gostar tem pele, tem beijo que pode durar
segundos, mas, magicamente, se mantém por horas na mente. Gostar é quando o
sorriso estica involuntariamente ao ouvir o nome da pessoa, mesmo que nem seja
ela; só o nome já traz boas lembranças. Quem gosta quer presença, seja na
segunda-feira para tomar um café, para rir de um filme besta ou para fazer
qualquer coisa, pois, o programa é sempre detalhe. Quem gosta manda mensagem
surpresa durante a tarde e morre de medo de atrapalhar. Quem gosta não
economiza sentimento, muito menos tempo. Quem gosta quer companhia em todos
momentos, mas, muitas vezes, fica com vergonha de convidar para algo um pouco
mais íntimo e o outro achar que está indo rápido demais.
Sempre quando há gostar, há demonstração de
afeto, seja com palavras, atitudes ou olhares. Quem gosta não consegue conter
as manifestações que o coração emana; dói e sufoca a verdade. Se a pessoa
não gosta em tempo integral, desconfie, demonstrar o gostar somente quando a carência
dá as caras, quando a chuva se aninha na janela do quarto ou quando restam
poucas opções, é uma triste e injusta ilusão. Eu sei, parece desolador, mas
muitas vezes a gente se engana, cria ilusões para apaziguar o coração, mas a
verdade é que, bem no fundo, sabemos se alguém realmente gosta da gente ou não.
É explicito, é gigante, é menos matemático e argumentativo, e muito mais
proativo e espontâneo. E se por uma eventualidade a pessoa abrir a boca para
dizer que sente sua falta… me desculpe, mas saudade, sem um arsenal de opções e
propostas para poder te ver, não é saudade. Que saudade é essa que surge
somente em dias específicos? Que saudade é essa que aparece somente em momentos
de carência? Que saudade é essa que sobrevive de horário marcado? A saudade
surge do coração, não pela lembrança da lista de contatos.
Gostar de alguém nunca é algo que sentimos pela
metade, nunca é uma dúvida que perdura por meses. No mar dos sentimentos verdadeiros não há indecisão,
não há intempéries que façam aumentar a distância do toque, e não há “este
final de semana está difícil…”, “é porque acabei de sair de um
relacionamento…”, “tenho medo de me apegar…”, que justifique a falta de um
gostar genuíno. Quando a gente gosta, evitamos ao máximo usar argumentos para
distanciar a pessoa, acreditar nestas palavras é um pobre delírio de quem,
infelizmente, acha que amar é somente programa para um final de semana de
chuva.
P.s: Texto que nos dá um belo tapa na cara para a
realidade tirado do blog http://eoh.com.br
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