A relação entre a amizade e o sorvete

Companhias são valorosas. Ter gente ao seu lado
para não precisar andar sozinha é bom, não é? Assim como ser agraciada com uma
ideia surpreendente, poder compartilhá-la com alguém, então ouvir algo que
acrescenta àquilo e, depois, seguir sabendo que ambas estão uma agregando na
vida da outra.
Que bonito isso!
Amizade, afinal, é tipo um sorvete: a gente
escolhe o sabor juntas e vai decidindo os toppings conforme o tempo
passa. Uma vem com a calda de chocolate, outra acrescenta os granulados, depois
põe-se uma cereja, alguns confeitos coloridos e seguimos assim, melhorando
ainda mais aquilo que, por si só, já é muito bom.
Hora ou outra vacilamos e escorre um
pouquinho de sorvete aqui e ali, fazendo bagunça no chão, ou discordamos com
relação a uma determinada cobertura. Nem sempre tudo bate certinho, igualzinho.
É por isso que falamos que somos tão diferentes.
Duas personalidades que nunca olharão para o espelho e verão a imagem da outra
refletida ali. Ao mesmo tempo, por mais desiguais que sejamos, sempre há
um fundinho de semelhança. No fim das contas, ambas gostam de sorvete, não é? E
continuam ali, colaborando para que a taça fique cada vez melhor e mais bonita.
Demanda um trabalho e tanto, essa tal de
amizade. Só que não é aquele tipo de tarefa que nos esgota: é um ofício
natural – que não cansa e, bem, ao contrário do sorvete, não enjoa nadinha.
O que importa é que sempre saborearemos aquilo
ali juntas, aproveitando cada pedacinho. É muito bom e nunca vai deixar de
ser.
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